Tenho um crédito habitação. Posso contratar outro crédito?
Uma das questões que mais surge depois de contratar um crédito, é se poderá contratar outro para um projeto diferente. Por exemplo, uma casa e um carro são dos projetos mais prioritários, por norma, e muitos necessitam de recorrer a financiamento para poder adquirir os dois. Mas como saber se tenho capacidade financeira para ambos?
Quer simular o seu caso específico? Contacte a Poupança no Minuto para o ajudar com intermediação de crédito, fazer a avaliação da sua capacidade financeira, e, caso seja para avançar, escolher a melhor proposta do mercado. Ou perceba, primeiro, quais os fatores a analisar para ter um crédito no banco aprovado.
Para contratar segundo crédito deve ter capacidade financeira
Então, a dúvida surge: Podemos contratar outro crédito, como um crédito consolidado, pessoal, obras ou automóvel, depois de ter contratado um crédito habitação, ou vice-versa? A resposta é simples... dependerá sempre da capacidade financeira do agregado familiar.
Ao pedir um crédito, para que o mesmo seja aprovado, o banco analisa os rendimentos da família através da taxa de esforço e do Debit Service-to-Income (DSTI).
- Taxa de esforço que cubra as prestações
O primeiro fator que é avaliado, é a taxa de esforço do agregado familiar que se propôs a crédito. E o que é a taxa de esforço?
A taxa de esforço é o rácio entre os rendimentos totais que uma família recebe face ao valor que paga de prestações de crédito. Note que entram para a conta os rendimentos dos titulares do crédito.
Ou seja, se um casal vai contratar, por exemplo, um crédito automóvel em conjunto, e os dois titulares recebem rendimentos mensais de 3.500 euros, mas já devem em prestação de créditos um total de 700 euros por mês, a taxa de esforço será calculada com base nestes dois valores. Demonstrando-nos assim o valor que fica disponível para um novo crédito e as demais despesas do orçamento (como supermercado, transportes, educação, combustível, etc).
A taxa de esforço calcula-se com base nesta fórmula: (Prestações de crédito/Rendimentos mensais) x 100. Pelo que, no caso acima, a taxa de esforço com o crédito habitação corresponde a 20%. Agora considerando que uma prestação mensal de um crédito automóvel corresponderia a 300 euros, o casal ficava com um valor mensal em dívida de prestações de crédito igual a 1.000 euros. Pelo que, a taxa de esforço passaria a ser 28,6%. E o que significa isto?
Neste caso, significa que o banco aprovaria um segundo crédito a este casal. Isto porque, de acordo com as recomendações do Banco de Portugal (BdP), a taxa de esforço ideal deve situar-se até 34%, sendo que entre 35% e 40% está elevada, e mais de 40% muito elevada. Porém, em casos excecionais, os bancos têm aprovado taxas de esforço até 50%.
- DSTI que não exceda o limite
Também existe outro fator que os bancos têm em conta para a aprovação de um crédito, que é o Debt Servico-to-Income, que representa o grau de esforço financeiro de um cliente relativo a uma dívida.
De acordo com recomendação do BdP, para adquirir um novo crédito, os rendimentos mensais dos proponentes não devem resultar num DSTI superior a 50%.
Para garantir que os proponentes mantêm 50% do seu rendimento disponível depois de liquidar as prestações de crédito, os bancos aplicam um fator de stress sob a taxa de juro atual. Este fator equivalia, até há pouco tempo, a 3%. Porém, o BdP aliviou este teste, diminuindo o fator de stress para 1,5%.
Então, tomando o exemplo acima, se com o teste de stress de 1,5% aplicado na taxa de juro do crédito que pretende contratar, o casal ficasse com um total de prestações mensais igual a 1.200 euros, devemos calcular o DSTI da mesma forma: DSTI = (Prestações mensais/ Rendimento líquido mensal) x 100.
Pelo que, o casal ficaria com um DSTI igual a 34,3%, o que está longe dos 50% de limite imposto pelo BdP. O que significa que a probabilidade de o casal conseguir ter um crédito automóvel aprovado, após o crédito habitação, é elevada.
Estes dois fatores que os bancos implementam para avaliar a capacidade financeira dos proponentes têm como principal objetivo evitar situações de incumprimento, e evitar que as famílias se deparem com o endividamento.
Porém, uma nota importante a realçar: Caso queira contratar um crédito pessoal para os capitais próprios necessários para o processo inicial do crédito habitação, já não tem essa possibilidade, ainda que tenha taxa de esforço suficiente. Os bancos não permitem a contratação simultânea dos dois créditos.
Fez as contas e tem orçamento para avançar com o segundo crédito? Vamos a isso! A Poupança no Minuto dispõe de um serviço gratuito de intermediação de crédito, que pode poupá-lo a burocracias, comunicação com os bancos, e comparação de propostas. Além de poupar no bolso, garante a proposta do mercado mais adequada a si face ao custo-benefício. Contacte-nos e contrate o seu novo crédito (bem) acompanhado!