Garantia pública para 100% do crédito compromete critério da taxa de esforço
A nova medida de apoio aos jovens vai facilitar a compra do imóvel com crédito para quem não tem poupanças de entrada, mas vai aumentar as prestações mensais e, consequentemente, a taxa de esforço dos mutuários.
Nova medida da garantia pública no crédito habitação pode comprometer taxa de esforço
A nova garantia pública para crédito habitação, que permite financiar 100% do valor da casa, visa apoiar quem não possui poupanças para o valor de entrada.
Contudo, a medida poderá resultar em prestações mais altas e desafiar o critério da taxa de esforço, segundo alertam especialistas do setor e a Deco, citados no Notícias ao Minuto.
Esta iniciativa beneficia jovens sem poupanças, eliminando a necessidade de capital inicial, mas aumenta o valor das prestações. “A medida ajudará jovens sem poupanças, mas exige maior capacidade de endividamento”, destacou Paulo Caiado, presidente da APEMIP.
A medida estará operacional até ao final do ano, entrando em vigor nos últimos dias de dezembro, conforme afirmou Joaquim Miranda Sarmento, ministro das Finanças.
Destina-se a jovens entre os 18 e 35 anos, com rendimentos até ao 8.º escalão do IRS (81.199 euros anuais), e aplica-se a imóveis com valor até 450.000 euros. A garantia do Estado cobre até 15% do valor, permitindo que os bancos financiem a totalidade do imóvel.
Este apoio remove uma barreira importante: a falta de poupanças para a entrada, habitualmente necessária quando os bancos financiam até 85% ou 90% do valor da avaliação.
Contudo, outras limitações permanecem, como a taxa de esforço. Os bancos, seguindo recomendações do Banco de Portugal (BdP), exigem que a soma das prestações mensais de todos os empréstimos do cliente não exceda 50% do rendimento mensal líquido.
Nuno Rico, economista da Deco, prevê um impacto limitado da garantia pública, devido às regras macroprudenciais do BdP. O critério dos 50% da taxa de esforço poderá restringir a aplicação prática da medida, especialmente porque o financiamento total do imóvel implica prestações mais elevadas.
“Passar de 85% ou 90% para 100% do valor do imóvel aumenta as prestações, exigindo rendimentos mais altos para cumprir os critérios de endividamento”, explicou.
Embora a garantia pública represente um passo positivo para facilitar o acesso à habitação, sobretudo para jovens, o aumento das prestações e os limites de taxa de esforço colocam desafios à sua implementação prática.
É por isso que para todo o processo de contratação do crédito habitação é essencial ter apoio do seu lado. Recorrendo à medida, ou não, os intermediários de crédito do Poupança no Minuto disponibilizam um serviço gratuito que o acompanha do início ao fim, encontrando a melhor proposta do mercado, com as condições mais vantajosas para si. Jogamos sempre a seu favor! Simule já o seu crédito aqui: